Aqui, veremos o que acontece com nossa cidade que tinha como
podemos dizer, ”a faca e o queijo na mão“, uma vez que consideramos o Estado como
agente político, pois a decisão política da transferência da capital da colônia
em função dos seus interesses estratégicos foi um fato que impactou na consolidação
de Salvador enquanto cidade que detinha inúmeros poderes.
Vasconcelos (2011) traz que na gestão pombalina (1750-1777), uma
dentre outras medidas importantes tomadas, foi a expulsão da ordem dos
Jesuítas, em 1759. O Marquês de Pombal foi responsável pela mudança da capital
para o Rio de Janeiro.
A transferência da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro, em
1808, com escala do regente em Salvador foi o fator fundamental para a
consolidação dessa cidade, na medida em que ela foi transformada na capital
(provisória) do Império, recebendo a transferência das principais instituições
do Estado, assim como de parte da nobreza e da burocracia portuguesa.
Outra questão importante apontada por Vasconcelos (2011) é que
Salvador era sede da Relação da América Portuguesa, sendo apenas subordinada ao
Tribunal de Lisboa, mantendo sob sua jurisdição parte do território africano.
Assim, a Bahia, em especial Salvador, perdeu duplamente, pois não só os governadores
gerais e vice-reis serão nomeados para atuar no Rio de Janeiro, como esta
cidade passou a ser a sede do Império português e as principais decisões que
eram tomadas em Lisboa passaram a ser tomadas não mais em Salvador, mas na nova
capital.
Por outro lado, Capitania da Bahia ainda recebeu governadores de
grande prestígio, como o Conde dos Arcos, Dom Marcos de Noronha e Britto, Oitavo
Conde dos Arcos de Val-de-Vez.
Marcos de Noronha e Britto nasceu em Lisboa, em
7 de julho de 1771. Foi o último vice-rei do Brasil, governando o Estado do
Brasil, de 1806 a 1808, até quando o Príncipe Regente aportou em Salvador. O
fidalgo português foi enviado inicialmente para governar o Estado do Grão-Pará
e Rio Negro, em 1803. Foi transferido para o Rio de Janeiro, em 1806, e, em
1810, assumiu o governo da Capitania da Bahia, ocupando esse cargo até 1818.
Na
Bahia, o Conde dos Arcos criou a primeira tipografia da Capitania, publicando o
jornal A Idade d'Ouro do
Brazil, que circulou até 1823. Criou a Biblioteca Pública, a primeira do
Brasil, e sua maior casa de espetáculos, o Theatro São João, concluiu o Passeio Público de Salvador, fundou a Praça do Comércio, entre outras realizações.
Em 1818, assumiu o
cargo de Ministro da Marinha e Domínios Ultramarinos. Com os movimentos pela Independência
foi transferido para Lisboa, aonde veio a falecer em 1828.
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