domingo, 5 de junho de 2016

SALVADOR DO SÉCULO XVIII: ALGUNS TRAFICANTES DE SALVADOR

Aqui tragos os principais traficantes de escravos em Salvador e, em especial um que é protagonista na história do nosso Bairro. Continue lendo!
Primeiro trago um dos maiores traficantes de Salvador, o Comendador Antonio Pedroso de Albuquerque, diversificou seu capital após o final do tráfico em 1850. Foi proprietário de 20 navios no período de 1824 a 1841.
Após 1850 foi proprietário da fábrica de tecidos Todos os Santos, em Valença, a maior do império. Foi também proprietário da Companhia de Vapores Bonfim e Santa Cruz e era um dos diretores da Companhia de Navegação Bahiana (CALMON, 1978, p.150).
Possuía ainda engenhos em Itaparica, São Francisco do Conde e Santo Amaro e um total de 560 escravos, conforme seu inventário de 1883 (NASCIMENTO, 1986, p. 185 e p.197). Sua residência foi transformada na sede do antigo Hospital Espanhol.
Seu escritório ficava na Cidade Baixa, em frente à baía, cuja área passou a ser denominada “Cais do Pedroso”.
Outro traficante foi Domingos José Martins, que possuía, no bairro dos Barris, um casarão com 22 janelas, no qual foi hospedado Jerôme Bonaparte, quando de sua visita em 1806 (VERGER, 1981, p.131). 
Também traficante de escravos em nossa cidade, José Cerqueira Lima, foi proprietário de 16 navios no período de 1822 a 1839 e possuía seu palácio no atual Corredor da Vitória, local de preferência dos residentes ingleses após 1808, e que, após transformação, tornou-se residência dos Presidentes da Província, sede da Secretaria da Educação e Saúde e, atualmente, abriga o Museu de Arte da Bahia. Seus móveis e alfaias mobiliaram o Palácio do Governo durante a visita que D. Pedro II fez à cidade em 1859 (CALMON, 1978, p.61).
Pedro Rodrigues Bandeira também era traficante de escravos (VIANA FILHO, 1976, p.10), tinha propriedades urbanas em Salvador e rurais em Santo Amaro (MATTOS, 1961, p.60). Foi um dos três diretores (ACCIOLI, 1931, p.69) e um dos principais acionistas da Caixa de Descontos (CALMON, 1978, p.39), primeiro banco de Salvador. Ele era cunhado do primeiro Presidente da Província da Bahia e "reputado como o homem mais opulento da colônia" (WILDBERG, 1949, p.9).
E agora falaremos do protagonista do Bairro Engenho Velho de Brotas. Conta-se que nosso bairro na época do Brasil Colônia foi um dos muitos engenhos de cana-de-açúcar, bom, isso é boato, uma vez que falam que o solo aqui não era muito propício para este tipo de cultivo, mas sim o de mandioca e outras raízes. Era, portanto, uma fazenda que tinha como principal função a de abastecimento. e Manuel José Machado, era proprietário do solar da Boa Vista, cuja torre servia de observatório para a chegada dos navios negreiros (MATTOS, 1961, p.12). O local, que abrangia todas as terras da Mata Escura, Engenho Velho até a Lucaia (Trecho final da hoje Avenida Vasco da Gama) foi conhecido no século Passado como sendo a "Roça dos Machado". Boatos falam que ele era o primeiro proprietário, mas consta registros que essa informação é improcedente. Bom, continue lendo e deixando seus comentários! Se você sabe algo sobre isso compartilhe aqui, até mais!

REFERÊNCIAS:
VASCONCELOS, Pedro de Almeida. Salvador, rainha destronada? (1763-1823). História (São Paulo) v.30, n.1, p.174-188, jan/jun 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/his/v30n1/v30n1a08.pdf> [Acesso em 17/04/2016].

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