Salvador foi construída devendo situar-se em um
ponto estratégico, do qual fosse possível estabelecer o controle sobre toda a
extensão do litoral e, ao mesmo tempo, deveria estar bem protegida em caso de
possíveis ataques indígenas ou estrangeiros, tanto por terra como por mar.
Conforme Fonseca (1993), Salvador foi
composta por vinte freguesias, herdando o modelo português de estrutura
administrativa cuja organização e sistema foi estendido ao Brasil, não sendo
criado nada de novo, sendo 10 freguesias urbanas e 10 freguesias rurais ou
suburbanas, onde podemos acompanhar nas tabelas abaixo:
Quadro 1 – Freguesias urbanas de
Salvador, 1801
FREGUESIAS
URBANAS
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ANO DE FUNDAÇÃO
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SÉ
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1561
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NOSSA SENHORA DA VITÓRIA
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1623
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CONCEIÇÃO DA PRAIA
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1646
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SANTO ANTÔNIO ALÉM DO CARMO
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1679
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SANTANA DO SACRAMENTO
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SÃO PEDRO, O VELHO
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SANTÍSSIMO SACRAMENTO DA RUA DO PASSO
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1718
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NOSSA SENHORA DAS BROTAS
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SANTÍSSIMO SACRAMENTO DO PILAR
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1720
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NOSSA SENHORA DA PENHA
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1760
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Fonte: VILHENA, Luís dos
Santos. A Bahia no século XVIII. Salvador: Itapuã, vol. 2, 1969, pp. 460-1.
Quadro 2 – Freguesias rurais ou suburbanas de
Salvador, 1801
FREGUESIAS RURAIS OU SUBURBANAS
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ANO DE FUNDAÇÃO
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SÃO
BARTOLOMEU DE PIRAJÁ
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1608
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NOSSA
SENHORA DO Ó DO PARIPE
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SÃO
MIGUEL DE COTEGIPE
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SANTO
AMARO DA IPITANGA
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NOSSA
SENHORA DA ENCARNAÇAÕ DO PASSÉ
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NOSSA
SENHORA DA PIEDADE DE MATOIM
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1609
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SENHOR
DO BONFIM DA MATA
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SÉCULO
XVII
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SANTA
VERA CRUZ DE ITAPARICA
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SANTO
AMARO DE ITAPARICA
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SÃO
PEDRO DO SAUÍPE DA TORRE
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Fonte:
VILHENA, Luís dos Santos. A Bahia no século XVIII. Salvador: Itapuã, vol. 2,
1969, pp. 460-1.
Podemos
observar pelos quadros acima que houve uma grande expansão em Salvador, ao longo
do século XVII e XVIII, contudo, a cidade não conseguiu manter-se como sede
político-administrativa, perdendo sua função como capital da América Portuguesa
para a cidade do Rio de Janeiro (1763).
Conforme
Ribeiro (2009, p. 38) essa reorientação político-administrativa decorreu da
necessidade de se garantir a segurança e o controle de espaços populosos e economicamente
estratégicos para o Império, como as áreas de exploração mineral nas Gerais e
as de fronteiras na estremadura da América, região de conflitos acirrados com
os espanhóis.
Segundo
Vasconcelos (2011, p. 175) podemos colocar como hipótese que a cidade de
Salvador não sentiu o impacto da mudança imediatamente e continuou sendo a
principal cidade da colônia e a segunda do Império português até a
independência.
No
decorrer do século XVIII, novas categorias sociais e econômicas surgiram em
nossa cidade, e este será o assunto do nosso próximo post! Até lá!